Está virando clichê notícias sobre a baixa audiência de Passione, novela do experiente Sílvio de Abreu, dirigida pela também experiente Denise Sarraceni, que conta com um experiente elenco.
Já diz o dicionário o significado de experiente: Diz-se de, ou pessoa que tem experiência; perito, prático, versado (em um ofício, ciência, arte).
Talvez alguns não entendam o que estou escrevendo, mas, um ser humano pode pecar por experiência. Desenvolvendo a nota, e chegando finalmente no ponto que quero chegar, Sílvio peca mais uma vez por clichê, por achar que histórias que ele mesmo já escreveu, temas que fizeram sucesso, possam trazer novamente bons frutos. Ele, como experiente, acha que fórmulas do passado ainda podem obter sucesso hoje em dia, por simplesmente achar que deu certo várias vezes, porque todas novelas que ele escreveu foi assim e que vai dar certo novamente.
O que de diferente encontramos em Passione do que não encontramos em nenhuma outra novela? É aquela famosa forma de dizer que está inovando mas escrevendo as mesmas histórias com nomes e personagens diferentes, acrescentando uma coisinha aqui e outra ali. Mas calma aí, nós estávamos falando em experiência, não vamos mudar de assunto. É que Abreu e toda sua equipe está careca de saber que os tempos são outros, tempos modernos, se preferirem. O hábito do brasileiro está mudando, foram-se os tempos que uma novela das 8 dava 60 pontos, o público cansou de ver as mesmas histórias, quer coisas novas, não coisas malucas, senhor Bosco Brasil, autor de Tempos Modernos. Só pra constar. Era uma boa hora de usar a experiência e trazer ao público algo novo.
Também me pergunto o que aconteceu com a experiência de Sílvio. Vide que os primeiros capítulos tinham um péssimo enredo, parecia narrativa de minissérie. O que é Diana (Carolina Dieckmann) como mocinha se foi pra cama com dois homens na mesma noite? Como que o um encontro de uma vez resulta em um casamento tão rápido? Acredito em amor à primeira vista, mas o casamento é um passo muito importante na vida de uma pessoa. Se a intenção era colocar ritmo na trama, pecou. E pecou demais. O público quer uma trama bem explicada, pelo menos no início. O ritmo vem com o tempo. Mas também não pode demorar muito. O núcleo italiano nem se fala, coloque legendas na tela pois não dá pra entender o que se fala. Reinaldo Gianecchini como vilão, sem comentários. Maitê Proença e seus 1000 amantes torna-se cansativo.
Chega um momento que é preciso se abrir a novas experiências. Ainda mais no horário das 8, que o público exige bastante. E o que me incomoda muito também é o fato de autores quererem buscar histórias para seus núcleos centrais fora do país, que é extremamente desnecessário, o Brasil é um país rico em cultura e de diversidade. Histórias, há de montão. Vou usar como exemplo Escrito nas Estrelas, que não precisou ir a índia, nem a Itália, só precisou ir ao céu, como disse um amigo meu. E obtém sucesso, e a autora nem é tão experiente assim. Vou citar também João Emanuel Carneiro que escreveu a primorosa A Favorita, autor novato, que inovou e trouxe um produto excelente.
Citando experiente mais uma vez, tenho certeza que Sílvio e sua experiência vão saber colocar Passione nos trilhos/rumos certos.
E se você se irritou com a quantidade de vezes que citei EXPERIENTE/EXPERIÊNCIA, que virou clichê nesta matéria, Passione é mais ou menos assim, já ouvi, já li, isso várias vezes aqui, ou em algum outro lugar. E como você percebeu, irrita, enjoa, não dá mais certo.
Ontem (26), a novela marcou 26 pontos de média na Grande SP, praça de referência para os publicitários. Para os padrões da Globo, péssimo. Vide meta 45. Índice prévio que pode sofrer alteração no consolidado para mais ou para menos.
Vai ser um imenso prazer escrever uma notícia sobre os pontos positivos de Passione quando a mesma tiver mais pontos positivos que negativos. E a trama está encaminhando pra isso. Mas por agora…
Fonte:RD1 & Portal Wen
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